Indicação: “O Lado Sério da Brincadeira – Um Olhar para a Autoestima do Educador”, de Nelson Gonçalv

Em um determinado dia já esquecido, o autor do livro, Nelson Gonçalves, deu uma palestra a diversos funcionários de uma empresa e lá estava, entre todos, o melhor funcionário (na minha singela e modesta opinião), meu pai. No final, esse livro foi entregue aos que a assistiram e, ao chegar em casa, meu pai logo me apresentou. Devorei-o dentro de algumas horas. Considerei interessante, ao ler, como as experiências vividas pelo Nelson, ao longo de sua trajetória como educador, são trazidas junto com brincadeiras e jogos infantis que procuram despertar (e readquirir) dentro de cada profissional a sua infância já esquecida. E, durante a leitura, algo que valeu ser sobressaído foi, no destaque ao lúdico, a dificuldade de o adulto vivenciá-lo, uma vez que a razão passou a ser um instrumento de autodeterminação do ser humano.

"Atualmente, observa-se a supervalorização da razão nos processos de constituição humana e a inibição das características que contribuem para a ludicidade. O adulto que se utiliza do brincar em seu campo profissional acaba entrando em confronto com um padrão de comportamento estabelecido e determinado pela perspectiva da racionalidade." (2013, p. 13)

Enfim, cessei minhas breves considerações sobre o que acreditei ter atribuído uma significação ao livro e convido você, leitor, a saboreá-lo. Dividido em oito capítulos, todos iniciados com algum exceto que introduz o assunto que será tratado e também todos terminados com sugestões de atividades e leituras complementares envolventes. Livro que se utiliza de referências bibliográficas ricas, que vão desde autores como Paulo Freire, Jean Piaget, até Pablo Neruda e Lev Vygotsky.